sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O Bem Viver



A essência da vida é o bem viver, e para assim se viver tem que aprender. O ser humano é o animal que engatinha toda a sua vida, pois para ele, sempre há o que aprender. Onde quer que esteja, sempre estará nos seus primeiros passos, seja o que for que esteja a fazer.

Aprender, aprender, aprender, eis a regra primeira a se aprender. Quer ser feliz? Seja sempre um aprendiz.

Pergunte-se sempre:
— Porque agi assim, porque tal coisa eu fiz? Pois o homem feliz é o ignorante que se reconhece assim. Ele ouve mais do que fala e, ao falar, fica atento, sempre pronto a corrigir-se. Seu mestre é o erro e são seus tropeços que o levam ao caminho da perfeição.

O certo é o que foi corrigido. O feito, o que foi tentado. O sucesso é o resultado dos ensaios.

O homem erra quase o tanto quanto respira e está certo quando sabe disso.

No bem viver não se julga nem se reprova, e quem vive assim sabe que essa é a maior prova. Guarda o silêncio como ouro, mas os bens do seu tesouro a todos concede, pois guarda, mas não entesoura, poupa, mas também aplica. Com carinho corrige e, afagando, adverte. Eis o super-homem, meu filho, aquele verdadeiro que voa fora da revista. O ser forte, compassivo, quase impecável, quase irrepreensível.

E esse pode ser você, se ser assim for o seu querer. Torço para que seja, por a riqueza dessa vida é o saber bem viver. E para assim levara vida, cheia de arte e riqueza e com toda a nobreza que a existência possa ter, basta lembrar, sem jamais esquecer, que a conquista do essencial começa e nunca termina no eterno aprender.





sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Generais, Coronéis e um Capitão !


"O Capitão Rapadura nasceu nos anos 70, fruto da criatividade inquieta do cartunista MINO. O governo militar traçava uma linha tênue entre os podes e não podes do mundo da comunicação, e andando nesta corda-bamba, o super-herói Capitão Rapadura surgia com valores puros e uma ingenuidade à toda prova.

Dotado destes, entre outros Rapa-Poderes, o Capitão falava dos buracos na cidade, da carestia, de problemas que o homem comum enfrentava no seu cotidiano e que um olhar mais agudo teria provocado arrepios nos Generais e Coronéis da época.

Como o Capitão Rapadura pôde falar de tantos problemas sociais tendo surgido em pleno regime militar? Como a censura da época deixava passar seu humor contestador? Como os Generais e Coronéis permitiram voos tão altos reclamando melhorias por meio da crítica? Teria sido o Capitão Rapadura o ombudsman da ditadura? Estas perguntas certamente requerem uma investigação profunda e os teóricos e acadêmicos poderão debruçar-se sobre elas por muito tempo à procura de contemplá-las, mas para todos fica o alívio de saber que se o regime era conduzido por Generais e Coronéis, o humor estava à cargo de um virtuoso Capitão."

Texto de JJ Marreiro
Arte de Cristiano Lopez e Kaléo Mendes

sábado, 28 de junho de 2014

Direto do Túnel do Tempo

Em 28 de junho de 2003, o Diário do Nordeste publicou uma chamada para a nova leva de tiras do Capitão Rapadura, que chegava ao caderno Zoeira com força total.

segunda-feira, 3 de março de 2014

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Conheça Mino, o pai do Capitão Rapadura!

A matéria a seguir foi concedia à reporter Kelly Garcia e publicada no blog do Diarinho. Em destaque há informações adicionais que não constam na publicação original.

Para festejar a estreia do Capitão Rapadura no rol dos super-heróis de meia idade, o Diarinho entrevista o seu criador, o cartunista Hermínio Macedo Castelo Branco, Mino. O pai de Rapadura começou na arte dos desenhos que nem a maioria das crianças, por volta dos quatro anos. Mas, dos cinco irmãos do herói cearense, os filhos de Mino: Magno, Maria Cecília, João Eduardo e José Eduardo, nenhum quis seguir a profissão do pai e nem a do irmão mais famoso, mas o pai garante que eles levavam jeito.

Em novembro (2013), o Fórum de Quadrinhos do Ceará lançou uma edição especial das historinhas do herói que tudo atura, reunindo vários quadrinistas e resgatando um pouco da trajetória do capitão Rapadura nos últimos 40 anos.

No evento, Mino leu um bilhete dele, que não pôde prestigiar a festa por estar em uma missão ultrasecreta. Saiba mais sobre o personagem e o seu criador na nossa entrevista!

Diarinho: Como e quando você resolveu criar o capitão Rapadura? Qual foi a sua principal inspiração?
Mino: O Capitão Rapadura era um desejo que eu tinha de ter um personagem de histórias em quadrinhos. Minha inspiração maior creio ter sido o Mickey do Walt Disney. 

Diarinho: Por que escolheu esse nome?
Mino: Foi o nome que veio, inspirado.

Diarinho: Quais eram os seus super-heróis preferidos, quando criança? Você lia revistinhas, assistia filmes?
Mino: Lia quase todas as revistas em quadrinhos que eram publicadas no meu tempo de menino e adolescente. Nos filmes, gostava muito do Pica-pau, do Walter Lantz. (Nota do FQCE: em outras entrevistas Mino se refere também a Pecos Bill e Capitão Marvel como personagens favoritos de sua infância).

Diarinho: Na época em que o capitão nasceu, como era a vida das crianças de Fortaleza?  Elas podiam brincar mais na rua?
Mino: Podiam ainda brincar nas ruas, em algumas ruas. A cidade cresceu e fez todo mundo voltar para o tempo das cavernas. As praças foram abandonadas.

Diarinho: Nas histórias, o único parente do Rapadura é o seu sobrinho. Por que só ele? Qual a história do Brinquedo? Onde estão os seus pais?
Mino: Brinquedo não é o único parente do Capitão. Foi o primeiro que foi criado. Os personagens por enquanto estão sozinhos, sem pai, sem mãe, sem irmãos. Mas a seu tempo irão aparecendo com a criação das historinhas. (Nota do FQCE: Seu Bola e Dona Boneca são os pais do Brinquedo, moram no interior enquanto o filho estuda na capital e mora com o tio. O Capitão Rapadura possui um avô chamado Virgulino e outros sobrinhos entre os quais o Chibatinha).

Diarinho: Nesses 40 anos, você já deve ter levado o Capitão Rapadura para conhecer muitas crianças. O super-herói cearense conhece outros Estados? Suas histórias já foram divulgadas em outros países?
Mino: Cap. Rapadura precisa primeiro conquistar Fortaleza, depois o Ceará, depois o Nordeste e se possível o Brasil. Mas tudo a seu tempo. (Nota do FQCE: nos anos de 1990 o Ghap It Estúdio distribuía a revista Capitão Rapadura para todo o Brasil via correio, graças a isso o personagem ficou conhecido por vários profissionais e leitores de outros estados, tonando-se inclusive um dos  personagens favoritos de Flávio Colin, um dos ícones do Quadrinho Nacional).

Diarinho: Qual é o maior sonho do Capitão Rapadura? E o seu?
Mino: O maior sonho do Cap. Rapadura é pertencer a vida de muitas crianças, levando pra elas belas histórias e lições. O meu também é esse.

Diarinho: O Capitão não pensa em conhecer um grande amor, tipo a Lois Lane do Superman? Ele é um solteirão convicto?
Mino: O Capitão tem uma namoradinha chamada Rosinha, a flor do sertão. Não é um solteirão convicto, mas um romântico incorrigível. (Nota do FQCE: outra namorada que aparece constantemente nas revistas dos anos 90 e nas tiras de jornal é a Krypnonita, o principal motivo pelo qual o Super-Homem vem tão pouco ao Ceará. É imporntante lembrar que o casamento do Super-Homem quase não acontece porque Lois Lane era constantemente vista ao lado do Capitão Rapadura. A revista nº11-junho de 1998 é centrada no triangulo amoroso Super/Lois/Rapa).




Diarinho: Mino, você já pode falar sobre essa missão ultrasecreta que fez com que o Rapa não fosse para a festa dos seus 40 anos na Livraria Cultura? Nós vimos o bilhete que você leu para as crianças que estavam lá… (Nota do FQCE: Para saber a que a repórter se refere veja nesse link o Bilhete do Capitão Rapadura, uma missiva de agradecimento em ocasião da comemoração dos seus 40 anos).
Mino: As missões secretas do Capitão são tão secretas que as vezes nem ele sabe. Acho que ele estava presente na Livraria Cultura naquela comemoração dos quarenta anos, só que usando um dos seus disfarces.


Veja a entrevista no seu link original aqui
Veja no blog do FQCE a mensagem
de agradecimento do Capitão Rapadura.