A matéria a seguir foi concedia à reporter Kelly Garcia e publicada no blog do Diarinho. Em destaque há informações adicionais que não constam na publicação original.
Para festejar a estreia do Capitão Rapadura no rol dos super-heróis de meia idade, o Diarinho entrevista o seu criador, o cartunista Hermínio Macedo Castelo Branco, Mino. O pai de Rapadura começou na arte dos desenhos que nem a maioria das crianças, por volta dos quatro anos. Mas, dos cinco irmãos do herói cearense, os filhos de Mino: Magno, Maria Cecília, João Eduardo e José Eduardo, nenhum quis seguir a profissão do pai e nem a do irmão mais famoso, mas o pai garante que eles levavam jeito.
Em novembro (2013), o Fórum de Quadrinhos do Ceará lançou uma edição especial das historinhas do herói que tudo atura, reunindo vários quadrinistas e resgatando um pouco da trajetória do capitão Rapadura nos últimos 40 anos.
No evento, Mino leu um bilhete dele, que não pôde prestigiar a festa por estar em uma missão ultrasecreta. Saiba mais sobre o personagem e o seu criador na nossa entrevista!
Diarinho: Como e quando você resolveu criar o capitão Rapadura? Qual foi a sua principal inspiração?
Mino: O Capitão Rapadura era um desejo que eu tinha de ter um personagem de histórias em quadrinhos. Minha inspiração maior creio ter sido o Mickey do Walt Disney.
Diarinho: Por que escolheu esse nome?
Mino: Foi o nome que veio, inspirado.
Diarinho: Quais eram os seus super-heróis preferidos, quando criança? Você lia revistinhas, assistia filmes?
Mino: Lia quase todas as revistas em quadrinhos que eram publicadas no meu tempo de menino e adolescente. Nos filmes, gostava muito do Pica-pau, do Walter Lantz. (Nota do FQCE: em outras entrevistas Mino se refere também a Pecos Bill e Capitão Marvel como personagens favoritos de sua infância).
Diarinho: Na época em que o capitão nasceu, como era a vida das crianças de Fortaleza? Elas podiam brincar mais na rua?
Mino: Podiam ainda brincar nas ruas, em algumas ruas. A cidade cresceu e fez todo mundo voltar para o tempo das cavernas. As praças foram abandonadas.
Diarinho: Nas histórias, o único parente do Rapadura é o seu sobrinho. Por que só ele? Qual a história do Brinquedo? Onde estão os seus pais?
Mino: Brinquedo não é o único parente do Capitão. Foi o primeiro que foi criado. Os personagens por enquanto estão sozinhos, sem pai, sem mãe, sem irmãos. Mas a seu tempo irão aparecendo com a criação das historinhas. (Nota do FQCE: Seu Bola e Dona Boneca são os pais do Brinquedo, moram no interior enquanto o filho estuda na capital e mora com o tio. O Capitão Rapadura possui um avô chamado Virgulino e outros sobrinhos entre os quais o Chibatinha).
Diarinho: Nesses 40 anos, você já deve ter levado o Capitão Rapadura para conhecer muitas crianças. O super-herói cearense conhece outros Estados? Suas histórias já foram divulgadas em outros países?
Mino: Cap. Rapadura precisa primeiro conquistar Fortaleza, depois o Ceará, depois o Nordeste e se possível o Brasil. Mas tudo a seu tempo. (Nota do FQCE: nos anos de 1990 o Ghap It Estúdio distribuía a revista Capitão Rapadura para todo o Brasil via correio, graças a isso o personagem ficou conhecido por vários profissionais e leitores de outros estados, tonando-se inclusive um dos personagens favoritos de Flávio Colin, um dos ícones do Quadrinho Nacional).
Diarinho: Qual é o maior sonho do Capitão Rapadura? E o seu?
Mino: O maior sonho do Cap. Rapadura é pertencer a vida de muitas crianças, levando pra elas belas histórias e lições. O meu também é esse.
Diarinho: O Capitão não pensa em conhecer um grande amor, tipo a Lois Lane do Superman? Ele é um solteirão convicto?
Mino: O Capitão tem uma namoradinha chamada Rosinha, a flor do sertão. Não é um solteirão convicto, mas um romântico incorrigível. (Nota do FQCE: outra namorada que aparece constantemente nas revistas dos anos 90 e nas tiras de jornal é a Krypnonita, o principal motivo pelo qual o Super-Homem vem tão pouco ao Ceará. É imporntante lembrar que o casamento do Super-Homem quase não acontece porque Lois Lane era constantemente vista ao lado do Capitão Rapadura. A revista nº11-junho de 1998 é centrada no triangulo amoroso Super/Lois/Rapa).
Diarinho: Mino, você já pode falar sobre essa missão ultrasecreta que fez com que o Rapa não fosse para a festa dos seus 40 anos na Livraria Cultura? Nós vimos o bilhete que você leu para as crianças que estavam lá… (Nota do FQCE: Para saber a que a repórter se refere veja nesse link o Bilhete do Capitão Rapadura, uma missiva de agradecimento em ocasião da comemoração dos seus 40 anos).
Mino: As missões secretas do Capitão são tão secretas que as vezes nem ele sabe. Acho que ele estava presente na Livraria Cultura naquela comemoração dos quarenta anos, só que usando um dos seus disfarces.
Veja a entrevista no seu link original aqui
Veja no blog do FQCE a mensagem
de agradecimento do Capitão Rapadura.
Veja no blog do FQCE a mensagem
de agradecimento do Capitão Rapadura.
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